Apocalipse 6: Os Selos são abertos pelo Cordeiro

A partir desse momento João inicia as visões do futuro, os últimos 7 anos dessa era, com o retorno de Cristo no Dia do Senhor. Olharemos o desenrolar desses fatos apenas na visão pré-milenista histórica e pós-tribulacionista.

Importante detalhe, quem abre os selos e inicia o desenrolar do que veremos acontecendo sobre a terra é Jesus ou seja Ele quem autoriza as atividades que irão acontecer na terra.

Nem uma dúvida que esses acontecimentos devem ser futuros e que possivelmente estão alinhados com os últimos 7 anos profetizado em Daniel 9:27 junto com as Trombetas e Taças. Também podemos perceber uma precisão da ordem dos Selos com o discurso de Jesus no Monte das Oliveiras em Mateus 24.

Há um contexto que o Senhor colocou em cada detalhe desses selos que devem ser analisados. As figuras, imagens e cores são de fundamentais importância para um entendimento de uma mensagem profética. Por exemplo, a Taça traz um simbolismo de um efeito imediato e mais curto pois é derramada sobre a terra. Enquanto os Selos abertos iniciam ou abrem algo para acontecer. De outro lado, o simbolismo do cavalo é um efeito que começa naquele momento e marcha por tudo o período até o fim ou seja tem uma crescente.

Algumas certezas desse período, chamado de última semana de Daniel, temos baseado em alguns versículos. A figura abaixo demonstra graficamente esse tempo. Com esse entendimento bíblico podemos “distribuir” os acontecimentos futuros revelados em Apocalipse.

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Algumas Notas e Detalhes sobre os Selos:

Primeiro Selo: Início das atividades militares do Anticristo e suas alianças. O cavalo branco na antiguidade trazia um símbolo de autoridade e conquista. Conquistadores romanos entravam na cidade depois de suas conquistas. Apesar das escrituras declararem Jesus retornando em um cavalo branco, esse selo traz um contexto com o início das atividades do Anticristo na terra. Como Daniel diz foi lhe dada autoridade na terra por um período determinado que é a representação da coroa nessa visão. Seu cavaleiro, o Anticristo, tem um arco de guerra em suas mãos. Essa descrição é similar a visão de Daniel 11:21 e 7:8. Apocalipse 13:5 diz que Deus dá autoridade para que o AC atue por um tempo. Importante entender que o Anticristo irá prosperar em seus enganos, alianças e conquistas militares. Em Mateus 24:5 Jesus predisse a vinda de alguém que enganaria a muitos.

Algumas diferenças entre esse personagem e Cristo no cavalo branco de Apoc 19:11:

  • Proposito: Conquistar - Receber o que é Seu
  • Equipamento: Arco – Espada
  • Nome: Anônimo – Fiel e Verdadeiro
  • Cavaleiros que acompanham: nenhum – Exércitos dos Céus
  • Tempo: No início – Fim da tribulação
  • Contexto: Saiu para vencer (período de tempo) – Cristo já venceu

Segundo Selo: O vermelho do cavalo traz a representação do derramamento de sangue e da guerra. Em Zacarias 1:8 esse cavalo estava parado, em paz. Existe uma ordem com o discurso de Jesus em Mateus 24:5 que depois do falso messias viriam as guerras. Podemos também ver um alinhamento com Daniel 11:21-25 que no início o Anticristo estabelece alianças e logo em seguida ataca o rei do Sul. Tanto em Daniel quanto em Mateus esses acontecimentos são antes da abominação desoladora ou seja nos primeiros 3,5 anos ou os princípios das dores. Isso também determina que Israel ainda não foi invadido pelo Anticristo e se encontra seguro.

A grande espada pode ser um símbolo da autoridade para matar pessoas através da guerra que também confirma as profecias de Daniel 11:26. Teólogos também entende que a paz interna dentro dos países será tirada. Divisões internas levarão a guerras civis (Luc 21:9).

Terceiro Selo: O cavalo preto simboliza o colapso do padrão econômico desse mundo, o símbolo da balança que era usada na antiguidade para determinar valor. Os mercados financeiros do mundo todo sendo afetados e causando um desemprego generalizado. Uma consequência natural das guerras é o efeito destrutivo na produção de comida e seus canais de distribuição. O anjo descreve que 250 gramas de trigo custarão um dia inteiro de trabalho (1 denário). O trigo representava a boa comida que os homens comiam e a cevada os alimentos dos animais. Ambas serão afetadas por uma profunda inflação.

Quanto ao azeite e o vinho podemos trazer a questão espiritual da unção e alegria que continuará sendo derramada sobre a igreja. Porém o contexto aqui é muito mais amplo, isso afetara toda a humanidade, por isso o contexto pode estar mais relacionado um controle de acesso a itens de consumo pelos poderes vigentes na terra devido a escassez. Mais a frente veremos o Anticristo controlando o poder de compra e venda. Em Mateus 24:7 depois das guerras Jesus prediz a fome sobre a terra alinhado com a ordem do terceiro selo. A fome ao longo da bíblia também foi a forma de Deus chamar atenção do seu povo de volta para Ele. Todo esse processo afetará o mundo, mas também despertando a igreja a olhar para Cristo e não mais para as coisas terrenas e passageiras.

Quarto Selo: Apesar da maioria das traduções do português citarem cavalo amarelo, o original do grego é verde ou esverdeado (clóros, essa palavra está descrita 4x no novo testamento sempre citando a cor das plantas). Algumas versões do inglês trazem verde. Esse selo é o símbolo da morte sendo manifestada na terra. Em um período curto teremos 25% da população mundial sendo afetada por guerras, fome, pestes e animais selvagens sendo mortos. Um ponto importante para entender esse selo que a autoridade foi dada a Morte e o Inferno para ceifar vidas. Enquanto a morte colhe o físico o inferno colhe o espiritual. Esse selo não está afetando os santos em sua prioridade mas a população mundial sendo atingida. Essas pragas foram descritas pelas profetas como um aviso ao arrependimento (Jer 15:2-3 e Eze 14:21). Essas calamidades iniciais consumirão cerca de 2 bilhões de pessoas da terra. Pela quantidade de pessoas morrendo podemos esperar uma grande guerra acontecendo e a volta de uma grande pandemia, além de uma severa fome sobre a terra, pois só assim podemos imaginar animais selvagens atacando o homem em grandes proporções. Lucas 21:11 fala de grandes epidemias nesse tempo.

Até aqui tivemos um período com fatos preliminares que Jesus definiu como Princípio das Dores. Também podemos perceber que os primeiros selos abertos afetaram o padrão humano de vida na terra e uma forma de preparar os santos para não se apegarem nas coisas do mundo e olharem para algo maior espiritual, a vinda de Jesus. Entretanto, o colapso financeiro afetará também as estruturas físicas das igrejas e nossa capacidade normal de vida.

Quinto Selo: Na abertura do quinto selo, Joao que tinha tido uma visão da sala do trono, agora vê um altar. Esse lugar era destinado ao sacrifício, onde os animais eram oferecidos como sacrifício agradável a Deus. Esse selo também fala dos mortos, porém enquanto no 4 Selo o inferno colhia-as aqui temos elas diante de Deus Pai. Esse é o período da grande perseguição predito por Jesus em Mateus 24:9 e por Daniel 7:25. Isso claramente acontece depois da invasão do Anticristo a Jerusalém (Apoc 12:14) ou os últimos 3,5 anos que antecedem o Dia do Senhor. Aqui temos a visão de João dos mártires que morreram por causa de sua fé em Jesus. Existe um clamor desses mártires que contraste as orações de Jesus e Estevão por misericórdia diante dos perseguidores, possivelmente pois estamos no tempo final onde será derramada a ira de Deus sobre a terra. Cada mártir recebeu uma veste branca que simboliza salvação e imortalidade. Apocalipse 7:9 nos ajuda entender que esses mártires estão vindo apenas do período da grande tribulação.

Sexto Selo: Toda a descrição dessa passagem aponta para o que os profetas chamaram de Dia do Senhor, talvez João teve esse proposito ao referenciar com tanta precisão sinais apontados em Joel 2:10,30, Isaias 13:9, 2:10, 34:4, Ezequiel 32:7, Oseias 10:8. Todas as profecias apontam para o dia do retorno de Jesus.

Também o texto fala de um grande terremoto, que o livro de Apocalipse vai repetir no 7 selo, na 7 trombeta e 7 Taça. Um outro terremoto acontece no momento da ressureição das 2 testemunhas. O escurecimento do sol e a lua de sangue também foi profetizado como Dia do Senhor em Isaias 13:10, Ezequiel 32:7-8, Joel 2:31, Amos 8:9.

A descrição da humanidade se escondendo nos buracos da terra e cavernas (Isa 2:19) mostra o terror diante da Ira de Deus. Enquanto, os mártires clamam por justiça, a humanidade que não conhece o Senhor clama, nos esconda. Atitude de Adão depois do pecado. Em lugar de correr em arrependimento para quem pode salvar, eles fogem e se escondem da vergonha do seu pecado.

Apesar do Sexto Selo trazer detalhes únicos do Dia do Senhor, a maioria dos teólogos apontam toda essa manifestação ainda como princípio da manifestação cósmica da Ira de Deus sobre a terra ou seja esse evento aconteceria bem antes do retorno de Jesus. Nessa teoria ainda necessitam se manifestar todas as trombetas e taças.

Meu ponto pessoal de visão que o Sexto Selo é a manifestação do Dia do Senhor, por isso estaria ao final dos 7 anos.

Sétimo Selo: O sétimo selo traz uma continuidade do sexto selo onde o altar do céu se abre com o incenso da oração dos santos. O clamor nos Salmos e também nos mártires era: até quando Senhor não fará justiça? Essas orações são entregues a Deus pai e depois com fogo retirado do altar é jogado para a terra. Ocorre a mesma manifestação que vemos no 7 Trombeta e na 7 taça, houve trovoes, vozes e relâmpagos (Apoc. 11:19 e 16:18).