1 QUEM ERA DANIEL
O nome “Daniel” significa “Deus é meu juiz”. Ele foi um mediador da revelação divina tanto para Israel quanto para as nações. É um livro que se mostra aberto para o diálogo com culturas diferentes que Daniel acreditava. Vamos ver no decorrer da história que Daniel se manteve fiel e ainda assim conseguia dialogar com o povo pagão com muita maestria.
Interessante que ele foi o único homem a ser elogiado por Deus enquanto ainda estava vivo. Ele foi realmente um precursor e intercessor de modo que seu estilo de vida aponta para posicionamentos necessários diante dos eventos que precedem a volta de Cristo. Por isso, vamos estudar o livro de Daniel não somente como um livro profético que contém visões apocalípticas, mas também como uma narrativa que nos aponta para um estilo de vida de devoção, oração e jejum. Quais foram suas decisões? Por que escolheu viver na forma como viveu? Quais eram suas prioridades?
2 DECISÃO DE DANIEL EM SUA JUVENTUDE
Exilados pelo rei Nabucodonosor, no capítulo primeiro vemos que Daniel e mais três amigos foram designados como cativos a aprenderem as leis e culturas babilônicas, com duração de 3 anos, para o preparo do serviço real. Eles receberiam uma porção diária de comida e vinho diretamente da mesa do rei.
Porém Daniel decide abster-se da comida e do vinho. [Não necessariamente era um jejum, mas talvez ele só quisesse cumprir a lei da Torá abstendo-se de alguns alimentos e se contaminar com alimentos consagrados aos deuses babilônicos]. Faz esse pedido aos oficiais e durante 10 dias é feito um teste para ver se o seu pedido realmente era possível. Ao final, Daniel e seus amigos pareciam mais saudáveis e mais fortes que os demais. Além da aparência física, havia sabedoria e conhecimento que o rei não encontrou em nenhum outro jovem!
Quando Daniel teve essa decisão ele ainda era jovem (Dn 1:8). Foi determinado e escolheu ser radical e fiel a escolha em busca de obediência e santidade. Havia um posicionamento que se tornou uma mensagem a outros, mais que palavras, tinham atitudes. Foi uma postura que exigia determinação certamente diante dessa inconveniência. Da mesma maneira podemos olhar para Joao Batista que tinha uma conduta de vida em uma geração sacerdotal contaminda que era uma mensagem, ou seja sua conduta de vida expressava mais que palavras.
O livro de Daniel revela a culminação do bem e do mal por toda história. Que para entender o futuro é necessário estudar sobre o passado. Que Deus nos ensina partindo do simples para o complexo, ou seja, existe um processo de amadurecimento para que gradativamente possamos sustentar escolhas cada vez mais radicais. A verdade é que não existe uma posição estática na caminhada cristã. Daniel decidiu e foi perseverante em cada uma de suas escolhas. Nenhum anjo apareceu para ele o direcionando a jejuar ou se abster de algo, tampouco para ele orar 3 vezes ao dia (Dn 6:10).
Daniel não é a única figura de precursor para seu tempo, pois vemos também Ezequiel e Jeremias. O primeiro estava cativo na Babilônia vivendo entre os trabalhadores que foram trazidos cultivar a terra, embora não fosse considerado escravo, pagava altos impostos. E Jeremias, que viveu na parte mais pobre da população, em Jerusalém. Pode-se concluir, assim, que o estilo de vida de Daniel, vivendo na corte do rei, não é um padrão.